No âmbito do Projecto Jornalismo Cidadão, uma iniciativa da Fundação MASC para promover a participação dos cidadãos na discussão pública em prol da melhoria do acesso e da prestação de serviços básicos, a Rádio Comunitária de Mpharama, no distrito de Balama, promoveu, recentemente, uma discussão sobre a falta de serviços de saúde na aldeia de Cotocuane, há cerca de 78 km da vila sede distrital. Num debate com a directora dos Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social, Odete Monjane reconheceu a preocupação e garantiu uma solução a médio e longo prazo.
O Jornalismo Cidadão é um Projecto que se insere no Plano Estratégico 2020-2030 da Fundação MASC, denominado URITHI, legado em Swahili. Concretamente, o Projecto enraíza-se no Pilar C do URITHI, que é sobre Acesso Melhorado aos Serviços Básicos. No entanto, porque os 5 Pilares do URITHI complementam-se e reforçam-se, mutuamente, o Projecto perpassa, em particular, outros 2 Pilares, nomeadamente Governação Democrática, e Fortalecimento da Paz e Coesão Social.
O nosso entendimento é de que, se houver maior participação dos cidadãos e maior transparência na prestação de serviços públicos, melhorará a qualidade e o acesso a esses serviços e, no geral, estar-se-á a contribuir para um Moçambique mais inclusivo, estável e resiliente, conforme a visão expressa no URITHI.
À luz do Projecto, as rádios comunitárias auscultam preocupações das comunidades e, através de notícias, reportagens e debates, promovem a interação com as diferentes partes interessadas, incluindo o Governo.
Uma das emissoras envolvidas é a Rádio Mpharama, do distrito de Balama, na província de Cabo Delgado. Recentemente, um repórter desta Rádio deslocou-se para a aldeia de Cotocuane, a cerca de 78 km da vila sede distrital. Cotocuane pertence a localidade de Jamira, Posto Administrativo de Kuekue. Em Cotocuane, uma das dores de cabeça da comunidade é a falta de serviços de saúde, que obriga a população a percorrer cerca de 38 km para ter assistência médica no Centro de Saúde da sede do Posto Administrativo de Kuekue.
A situação mais crítica é a das mulheres grávidas que, devido as longas distâncias, acabam por dar parto em casa ou a caminho de uma unidade sanitária, colocando em risco a sua própria vida e a dos seus bebés.
Além das distâncias, a comunidade de Cotocuane queixa-se de mau atendimento na Unidade Sanitária de Kuekue.
Confrontada com a situação, a directora dos Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social de Balama, Odete Monjane, disse que, para dar cobro à situação, o seu sector tem se organizado em brigadas móveis integradas, que se deslocam uma vez por mês para atender as comunidades.
Além de brigadas móveis, Odete Monjane disse haver Agentes Polivalentes Elementares (APs), previamente formados e a quem são disponibilizados kits para dar assistência nos locais onde a rede sanitária não chega.
A directora também falou da existência de matronas e/ou parteiras tradicionais para assistir as mulheres grávidas.
Mas, no debate havido na Rádio Comunitária Mpharama, a directora dos Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social de Balama garantiu haver, já, um plano de médio e longo prazo para a construção de uma unidade sanitária, em Cotocuane.
De acordo com Odete Monjane, a construção de um centro de saúde naquela aldeia enquadra-se num plano do Governo para a edificação de um total de três unidades sanitárias periféricas.
Acompanhe, aqui (link), a reportagem sobre a falta de serviços de saúde na aldeia de Cotocuane e, aqui (link), o debate com a directora dos Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social de Balama, Odete Monjane.
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